Sunday, January 04, 2004

Playing solitaire with captain Canguru

Enquanto jogava solitário comigo próprio, como convém, deparei-me com a necessidade de tomar uma decisão: 2 reis e apenas um espaço. Tiro o rei do monte, libertando assim uma carta escondida, ou tiro o rei do baralho, ficando com uma carta também desonhecida? Independentmente da minha opção, sei que esta decisão, é irreversível (é o solitário do windows) e irá alterar por complemento o rumo do jogo. E pior, não sei se alguma das opções é melhor que a outra, se alguma me irá permitir finalizar o jogo. Pensando bem, também podem ser igualmente boas as 2 opções.

Também isto acontece na nossa vida. Tomamos decisões sem pensar que a nossa vida, mesmo que não mude, será diferente em 2 realidades alternativas. E não vale a pena ficcionar acerca das opções, pois só irá atrasar a decisão, porque o futuro é sempre uma incógnita. Isto é apenas uma banalidade, e se pensar antes de agir evita muitas chatices, também não é menos verdade que quando agimos espontaneamente as boas surpresas teimam em surgir. Pelo menos são surpresas.

Não sigo também o modelo americanóide dos filmes, onde entre sair de casa agora ou daqui a 5 minutos, poderá estar a diferença de conhecer a mulher dos nossos sonhos, ou sermos mordidos pelo bulldog do vizinho gay. Falo de coisas tão superfulas como estas, mas com muito mais importância. Um exemplo, um miúdo de 10 anos tem a possibilidade de entrar para um clube de futebol como ocupação de tempos livres, ou de ir para um grupo de escuteiros. Nada mais banal, podia ser ballet, artes marciais, ou vender droga.

Na realidade, ele ao tomar uma decisão destas estará a mudar definitivamente a sua vida, e muito provavelmente a sua personalidade. No mínimo, o seu grupo de amigos será diferente, logo os seus interesses serão mudados, a música que ouve, os locais que frequenta. Mais… será lógico pensar que quando tiver de escolher uma turma na escola, ou as diciplinas de opção/agrupamentos, ele escolha aquele(a) onde estarão os seus amigos. Pode não fazer diferença nenhuma… mas o provável é que faça. ainda por cima estou a referir a um periodo de vida onde a personalidade è mais fortemente moldade, e quando a maioria dos miúdos é mais influenciável pelo grupo de amigos

Caminhando pela vida do garoto, agora já com uns pelos na cara, temos a escolha da universidade/curso… nesta parte todos nós pensamos. Bem, muitos já sabem o que querem e onde querem, outros, os pais já sabem por eles. E alguns estão limitados aquilo que deixaram de fazer no ensino secundário. E será que ele completou o 12º ano? E não estará ele apaixonado, e limita as opções em função das da namorada (ou vice-versa)? Não seria o 1º nem o último. E não podemos esquecer que todas estas decisões, ou a possibilidade de as tomar, já estão impregnadas com o aroma o sabor do saibro ou com o aroma dos pinheiros. Nenhuma decisão é melhor ou pior que a outra, a diferença, esta na nossa capacidade intrinsica de adaptação e de saber aproveitar ao máximo aquilo que escolhemos, ou alguém escolheu por nós. E mais importante, saltar fora no momento em que o comboio abranda. A dor e as nódoas desaparecem facilmente. Ou não.

Esta é a inevitabilidade da nossa vida, tomar decisões e ter de viver segundo elas, sempre sem pensar no que poderia ter sido se… bem, se a minha avó tivesse rodas era um tractor agrícola.

Escolhi o rei do monte. Perdi o jogo.

No comments: