Wednesday, June 30, 2004

Romântico incurável

Fica comigo! Hoje estou cansado, mas imagina: amanhã ao acordar, só eu e tu, e nada entre os nossos corpos excepto um preservativo. Aceitas?

Tuesday, June 29, 2004

R.E.M.

Insónias? Nós temos a solução, ou mlhor, temos várias soluções para o seu problema. Como as causas poderão não ser identificadas, combatemos com segurança os sintomas. Basta seleccionar a solução que melhor se adequa ao seu caso, e enviamos para sua casa num abrir e fechar de olhos (embora os olhos não possuam essa capacidade).
Selecione a opção que prefere:

a) barbitúricos, opióides, canabinóides e outros que tais. Não o fazem dormir, mas fal-o-ão esquecer que tem sono. Tam a vantagem adicional de o fazer sonhar mesmo sem dormir. A 2ª encomenda tem um acréscimo de 20% sobre o valor de compra da 1ª.

b) Uma mulher ou homem, conforme a suas preferências. Pode não dar sonolência, mas pelo menos tem companhia para as noites mais longas.

c) O clube da insónia. Apenas pra doentes em fase terminal. Este clube tem como objectivo juntar um número suficiente de pessoas com insónias, e tal como os lemingues, migrar e acabar de vez com o problema. A solução lemingue é a cura para todos os males.
Eu tenho uma panela de pressão.

É com ela que confecciono os alimentos mais saborosos. É nela que cozinho os mais difíceis, aqueles que, de outra forma demorariam horas até estar prontos.

Na minha panela de pressão ponho tudo até esta encher. E quando enche, abro um bocadinho o orifício que está na tampa. Quando a pressão se eleva demasiado, abro o buraquinho por completo removendo aquela peça que parece um parafuso.

A minha panela de pressão não rebenta. Possui uns “encaixes” na tampa que se prendem ás pegas da panela. Desta forma nunca lhe salta a tampa por maior que seja a pressão. Eu gosto muito da minha panela de pressão, mas estou a ficar com medo, pois torna-se cada vez mais difícil libertar o vapor de água, que gera a pressão, e cozinhar os alimentos de forma correcta. E se ela rebenta? Acho pouco provável, mas se isso acontecer não posso comprar uma nova. Esta foi-me oferecida com a condição de não usar nunca outra panela de pressão. Terei de morrer á fome, ou basear a minha alimentação em alimentos crús como faziam os homens nos primeiros tempos, quando ainda não eram homens.

Um Rei não morre à fome, nem se alimenta mal! Vou usar a minha panela de pressão como arma e obrigar os meus súbditos a usarem a suas panelas de pressão para me preparem as refeições. Posso em alternativa bater com a panela na minha cabeça e acabar já com isto.



Este texto foi escrito por mim, quando andava na quarta classe e tive o 1º esgotamento nervoso. Os meus pais pressionaram-me para ser o melhor aluno da turma.

Tuesday, June 22, 2004

Depressão pós-parto

A montanha pariu um rato. Agora está deprimida porque não sabe que fazer com ele. Bem pior seria se uma rata parisse uma montanha de ossos!

"A vida está pela hora morte!", diz a montanha. "E o pai da criança que não apareçe... diz que sou uma montanha de problemas... uma verdadeira pedra no seu sapato."

Mas quem é que quer fecundar uma montanha? E ainda por cima o rebento é um rato?! Cheira-me a infidelidade! Não admira que a montanha esteja deprimida.

Monday, June 21, 2004

Portugal 1 - 0 Leão & Castela

Venceram o Anti-Cristo no campo de batalha. Agora só falta serem coerentes e subjuga-los à nossa economia.

Friday, June 18, 2004

Sexo na cidade

Apetece-te fazê-lo?

"Fazer o quê, querido?"

Fazer amor! Sexo selvagem... louco... como dois animais com o cio. Tirar as roupas no meio da selva e copular contra uma arvore como no princípio da humanidade!

"Mas eu não vejo arvores nenhumas aqui!"

Desculpas! Umas vezes são as encefalites, outras é porque não vês as arvores!

Este momento foi patrocinado pelas Lojas "dioptrias todos os dias". Agora, na compra dum par de óculos para a sua namorada, oferecemos o Ibuprofeno

Thursday, June 17, 2004

The Privilege Of Making The Wrong Choice, or, how to choose not to choose.

Para quê tanta festa? Tnata alegria! Só vencemos um jogo!
"Temos de aproveitar a alegria desta vitória. Poderemos perder o 3º jogo, e aí nunca teremos festejado nada!"
Mas nós já jogamos 3 jogos. E perdemos os 2 primeiros.
"Não percebo. Não foram só 2?!?!"
Passou-te ao lado o encontro mais importante do Europeu. E logo o único onde podias jogar.
"????!!!!"
O primeiro jogo do Europeu perdemos. Afinal, alguém tinha de vencer. Ganhou a abstenção.

Monday, June 14, 2004

Mais uma moedinha mais uma voltinha!

Vinde senhores e admirai as maravilhas deste parque. Vede como os nativos são simpáticos. O olhar dócil e subverviente que vos oferecem. Vede com se comportam como hienas em grupo e ovelhas quando estão sós. Vede que até as hienas são obedientes ao vosso olhar.

Mais uma moedinha mais uma voltinha!
Observai senhores como vos admiram. Como admiram tudo o que lhes é superior, como se limitam a falar mal da puta da vida e não se atrevem a fornica-la. Como mudam de opinião ao sabor do vento, como criam opiniões a partir do nada.
Observai senhores os seus hábitos característicos. A forma displicente como atiram o lixo para chão, como quem faz um favor ao planeta terra, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, um dia este preservativo será uma planta”. Vede com educam as crias a serem cópias exactas dos seus piores defeitos, quem sai aos seus não degenera, não lhe será superior.

Mais uma moedinha mais uma voltinha!
Lá estão eles a passar o tempo inebriados com a beleza naif deste sol que é nosso, e ninguém no-lo tira, da relva e das típicas palmeiras lusitanas à beira da estrada. E como outros, os shinny happy people, lançam olhares reprovadores ante a falta generalizada de gosto, que eles julgam ter deixado para trás – o próximo passo da evolução. Olham-nos de soslaio com os olhos escondidos nos óculos da moda e nos penteados in. E riem que nem perdidos dos pobres diabos, engasgados com amendoins que imaginam caviar, com cervejas que são champagne. Desviam os olhares quando reconhecem os seus progenitores na manada de pobres diabos. Podem renegar tudo, menos os genes.

Mais uma moedinha mais uma voltinha!
Aproveitai este momento em somos vossos súbditos e estamos aqui para os servir. Peçam servos-á dado. Gritai e elevarão a cabeça apenas para vos ouvir melhor. E trarão os melhores cajados para lhes baterem nas costas. Temos praia, sol, ar livre poluído, florestas que ardem como tochas para vos iluminar melhor a noite. E temos pessoas. Que fazem girar este carrossel, este parque de diversões, para vosso deleite. Entrem que é barato, somos pobres e temos honra para inglês ver. Abram as carteiras... mais uma moedinha mais uma voltinha.



Welcomme to Portugal
Welcomme vers le Portugal
Willkommen nach Portugal
Υποδοχή στην Πορτογαλία
Benvenuto nel Portogallo
Onthaal aan Portugal
Добро пожаловать к Португалии
Boa noite. Posso pagar-lhe uma bebida?

“Talvez.”

Talvez!? Não percebo.

“Tenho de listar os seus possiveis e prováveis atributos antes de tomar uma decisão. Não é alto e espadaúdo; tem olhos e cabelo castanhos do mais banal que há; não parece ser rico; deixe-me ver mais uma coisa...”
(nisto a rapariga começa a vasculhar entre as minhas virilhas, ao que eu respondo com uma, mais sonora que dorida, estalada)
“Você bateu-me!?!? Numa mulher?!?”

E a menina teve da minha parte algum sinal de aprovação para me apalpar de forma indecorosa? Que faria na situação inversa? Ou pensa que não me passou pela cabeça certificar-me se esses seios são todos seus ou em parceria com a Triumph? Não seria eu logo apelidado de troglodita e grunho, com um processo por assédio sexual, ou tentativa de violação? Eu exijo ser tratado com o mesmo respeito com a tratei!

“Piorou! È inteligente. E não é a reencarnação do John Holmes. Isto não abona nada a seu favor. O engate está mais longe de ser concretizado... pelo menos por si! E as mulheres são para ser protegidas, e se eu o quiser apalpar não tem mais senão aceitar o seu destino, e qual animal com cio, babar-se e obedecer a todos os meus pedidos. Não renegue a sua natureza!"

A minha ou aquela que me quer impigir? Ainda deve acreditar no coelhinho da páscoa.

“Por acaso até já fui uma.”

Como?

“Trabalhei na Playboy durante a Páscoa. Nesta altura do ano os cristão, embuídos no espirito da paixão de cristos enlouquecem. Paticam até à exaustam auto-flagelação, com o chicote em riste. Deplorável.”

Lamento de tenha servido de inspiração para a masturbação de outros homens.

"Deixe-se de paternalismo. Foi uma opção minha. Fique com a bebida para si que eu estou à espera do meu principe encantado. Não quero Reis inteligentes."

Thursday, June 10, 2004

Doces ou Sopa?

"Óh pai... tenho fome!"
Outra vez. Vamos ter de sair para comprar! O que é que te apetece?
"Eu quero novo CD da Britney Spears!"
Só queres comer porcaria. Ainda ontem foram os Evanescence. Não preferes Pixies? Sabe mal ao princípio, mas depois cresces forte.
"Não!!! Eu quero Britney... ou então Robbie Williams."
Piorou! Se continuas assim definas e ainda acabas como os Humanos!! Vamos fazer um acordo. Se comeres o “Assim falava Zaratrusta” ou o “1983” do George Orwell, compro para sobremesa o albúm da Shakira. Que achas?

Eu cuido da alimentação do meu filho. E você?

Monday, June 07, 2004

Aptidões

Acreditas em Deus?
"Sim. Mas porque perguntas?"
penso que quando ele cria humanos e os quer equipar, por vezes faltam-lhe peças no stock. O cérebro será o exemplo mais preocupante. Será falta de fundos divinos?
"Discordo. Deus dá os cerebros, quando nós ainda estamos no céu a estagiar antes de vir para terra. E alguns de nós estão, no momento da atribuição dessa peça, no jardim no quintal, na biblioteca. Enfim."
Isso quer dizer que o local onde estás influenciará a tua personalidade e as tuas aptidões?
"correcto"
Percebo. Quem recebeu o seu cérebro na biblioteca, poderá vir a ser um intelectual. Parece-me é que demasiados humanos receberam o seu quando sentados na sanita, daí as idéias e atitudes de m...

Wednesday, June 02, 2004

Mais um dia quente na cidade.

Quando hoje saí da minha cova, para um passeio matinal, notei que o ar estava irrespirável. Mas eu respirava. Eu e algumas criaturas com que me fui cruzando.

Vi sapos suados, arfando com o calor insopurtável que se sentia. Suando que nem porcos (já alguém viu um porco a suar?), lambendo- o suor de modo a espalha-lo pelo corpo. È sabido que os batráquios prescisam de manter a pele húmida para efecturem trocas gasosas com sucesso.

E que felizes andam os répteis por estes dias. Não há nada como o calor asfixiante para trazer à rua estes animais de sangue frio. Bom, frio, enquanto não chega o calor. Depois, é vê-los de papo para o ar a apanhar sol. A aquecer o sangue já fervente.

E tive a opurtunidade de assistir a um dialogo entre 2 pavões machos que não possuiam as plumas espalhafatosas que os caracterizam. Estes passeavam as suas cadelinhas de estimação, bem presas por trelas.
“Já viu bem a minha cadela? Agrada-lhe?”
“Sim. Sem dúvida. Bem melhor que aquela que tinha na semana passada. Parecia-me demasiado independente. Arraçada de gato talvez.”
“Sim, sim. Por isso é que livrei dela. Veja lá que quando lhe pedia para me trazer o jornal, ela tinha o descaramento de trazer também os chinelos.”
“A cadela! Mesmo que você precisasse deles... onde já se viu! Pensar! As cadelas não pensam obedecem!”
“Mas a sua é muito gira. E parece grávida.”
“Emprenhou com um cão rafeiro. Mas vou matar-lhe as crias assim que nascerem”
“Porque não poupa trabalho e a mata já?”
“É verdade que engravidou, mas não vou arranjar uma tão bonita e obediente tão cedo. E os meus pais gostam muito dela. Não lhes posso dar essa desilusão.”

Tantas mamas encontrei pelo caminho. Grandes, pequenas, moles, pontiagudas (pareciam apontar para a lua). Bem apertadas e também livres, como a natureza as fez. Penduradas de arvóres lá estavam elas. Algumas, mais saborosas decerto, estavam a ser comidas por uns pardalitos que assim matavam a sua sede.

Esta é apenas uma amostra dos pretensos seres humanos que encontrei neste dia de sol, quando o ar está irrespirável, mas eles respiram e sobrevivem.