Friday, January 23, 2004

Comparo o amor a uma doença.
Somos atacados por um vírus ou bactéria, muito pequeninos, nem damos por isso. Depois vem as febres, as alucinações, os tremores, perda de apetite... Invarialvelmente caimos na cama (o doce repouso do guerreiro) acometidos por violentas convulsões febris (nem tudo é bom na vida).
Mas tudo passa, e o que não nos mata só nos torna mais fortes. É bem possivel ficarmos mortos mentalmente, ou com o corpo árido e incapaz de aceitar outro sem que uma frieza os separe. Incapaz de olhar para outra pessoa com algum mais do que uma profunda indiferença... sem o desprezo dos que sabem o que é a dor tem pelos estupidamente felizes. E se isto não é a morte...
E se sobrevivermos a tudo isto ainda temos de passar pela fase de convalescença. É a parte pior. Demasiado fracos e enfraquecidos, vagueamos tentando adaptar o nosso corpo à rotina da sanidade. Ainda não estamos curados, mas também já não estamos doentes. Não somos nada. Nesta fase adquirimos força e criamos anticorpos para evitar novas recaídas. No fundo evitar a desilusão de novo. Ficamos resistentes, mais fortes, mais racionais. Pragmáticos.
Nem tudo dura para sempre. Os anticorpos tem prazo de validade, e voltamos a adoecer. faz parte da natureza humana (tirando os que já morreram de alma) Só não sabemos quando e qual o nome do patogéne!

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