Este é ano dos blogs!
Mais do que um aumento exponencial destes, eu espero que exista uma definição de quais se vão manter, e quais os vão perecer por força do desgaste que provocam nos seus criadores, “forçados” a actualiza-los com alguma frequência. Claro que se não forem actualizados caem no esquecimento e como tal, morrem espiritualmente.
Esta moda dos blogs, à qual eu obviamente aderi, faz-me lembrar a moda das páginas pessoas que aconteceu á uns anos atrás. Nessa altura muita gente meteu na Internet a fotografia dos gatinhos, da sogra (nua e com 2 mulatos a refresca-la), os seus hobbies, etc… tudo informações de reconhecida utilidade publica. Claro que alguns criaram páginas, que não deixando de ser pessoais, tinham objectivos definidos. Já reparam em páginas dedicadas à fotografia, ou a um determinado pintor, artista, banda musical, etc. Estas foram as que sobreviveram. Estas são as que merecem estar vivas. Embora por vezes o design e a funcionalidade não sejam os melhores, quem nunca encontrou a capa daquele álbum especial para usar com fundo do desktop? Ou a letra daquela musica? Ou até sites que são repositórios de links sobre um determinado assunto? Naqueles momentos vislumbrou-se o poderia ser a democracia utópica1 toda gente poderia ter um local onde poderia falar o que bem lhe apetecesse, e quem não gostava poderia muito bem passar ao site seguinte à distancia de um clique. E isto foi apenas o primeiro passo….
Mais ou menos em simultâneo aparecem os chats, ou salas de conversação. Isto sim! Um local de trocas de ideias sem qualquer interferência, onde uma opinião vale por si, e não pelo background, ou falta dele, de quem a profere. Sem rostos, sem identidades, sem objectivos, que não o da discussão pelo prazer da argumentação, o el dourado de todos o que queriam falar e não tinham voz. PURA MENTIRA! Os chats são um antro de falta de ideias e ideais, onde só existem 2 objectivos: engatar ou ofender gratuitamente.
E agora chegaram os blogs. Com um grau de interactividade que os primeiros sites não permitiam, eu afirmo: a antiguidade grega rejuvenesceu! A Democracia está de volta! E não adianta dizerem que quem escreve num blog é elitista! Claro que é! se estás a ler isto também pertences a uma elite… um pequeno nº de pessoas com acesso à Internet. E na antiguidade grega nem toda a gente tinha os mesmos direitos. Havia os cidadãos (membros), as mulheres e os escravos. Para poder ter um blog hoje em dia, basta saber ler e escrever, e ter acesso regular à Internet! Não estamos a melhorar?
E a diversidade de blogs continua a espantar-me dia após dia. Há os que são poço mais do que páginas dedicadas a um determinado assunto (por exemplo literatura), os de sátira (O Gil deve estar a dar voltas na campa desejando estar vivo agora), critica politica social, os que são desabafos pessoais, tratados de filosofia, e os que tem tudo. Mas acima de tudo todos eles reflectem a liberdade de cada escrever o que bem entende sem grilhetas, e mais, de o dar a conhecer a quem possa estar interessado.
Numa altura em que os debates são passam de exercícios de oratória (no pior sentido da palavra), onde se esgrimem egos, onde posições politicas são confundidas com interesses pessoais, quando os ideais políticos e sociais são substituídos por partidos de direita e de esquerda (ou seja, estado liberal vs estado paternalista), pode ser que os blogs sejam salvação de algumas gerações interessadas pelo nos rodeia, mas sem vós num sistema politico que vive para ele próprio.
Não que alguns blogs não sofram dos mesmo pecados que eu referi. Existem alguns que são puros exercícios de narcisismo provinciano, mas tem esse direito. E quem não gosta, que não leia! É muito mais fácil escolher 4 ou 5 blogs de referência (e não de reverência) que mudar de canal de TV alternando novelas com o Sexy Hot e a Sportv.
E mesmo o blogs aparentemente mais levezinhos, escondem uma crítica social mordaz. E por falar em “o meu pipi” não me parece que resista por mais este ano.
Tal como há alguns milénios atrás podemos reunirmos numa assembleia e discutir sem mordaças, excepto as que nos impomos a nós próprios, com a vantagem de que não passamos de ideias reais, num mundo virtual. Sempre é melhor que sermos pessoas sem ideias num real.
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