Sunday, February 15, 2004

God is in the house...

Está cá Deus?!? Mas … who the fuck is God?!
È aquele de barbas brancas, com um copo de sumo na mão? Deiam-me sumo daquele! Já viste o olhar contente e quase alucinado dele? Tem estado a meter vodka no sumo… Pode ser Deus, mas não é parvo de certeza.

Apresenta-mo.

Estás bom? Sim, eu sou o Mouro que gostaria de ter um casal de seres humanos lá em casa. Achas que é muito difícil mantê-los? O barulho do sexo não me incomoda, desde que não procriem. Sempre são mais bocas para alimentar depois.
Tens de me dizer como consegues ser o mesmo Deus de três religiões diferentes, o que significa que tens muitos seres humanos por tua conta, e mesmo assim permites que eles se degladiem entre si ciclicamente… Humm, percebo. Razões financeiras… quantos mais, maiores os gastos de manutenção.
E no entanto o teu poder advém do número de humanos que te prestam culto, ou pelo menos, acreditam em ti, não? Se deixas que se matem, não começará a balança a pender em favor de outros Deuses? Não é apenas uma questão de número mas de qualidade… ou seja, o culto de um fanático vale mais do que 10 que acreditam mas não vão à missa. Gosto da tua maneira de pensar.

Sim, tens razão… estou muito interessado nas regras dos Deuses. Uma vez que vou criar uma civilização lá em casa, estou prestes a entrar no clube… e espero que seja pela porta grande. Claro que vou proibir livros na jaula. Não quero que os meus humanos acreditem em falsos ídolos… e vou não os vou deixara criar televisão, ou outras formas de entretenimento. Vão ter como solução única para matar o tempo (pelo menos até começarem uma guerra entre eles) o Sexo! Faz bem à pele e tudo.

E aquelas coisas das criancinhas a morrer de fome não te incomoda? Tão mirradinhas, coitadas. Fazem-me lembrar uns figuitos passados… ou então as passas do Bolo-rei. Sabe mesmo bem no Natal. Também te parecem isso?! Ainda bem, por momentos pensei que estivesse a ficar louco. E se morrerem que se lixe. Afinal de contas iriam consumir demasiado oxigénio necessário aos que prestam culto. E são alimento para a terra. Nada se cria, nada se perde tudo se transforma! (este não chegou a ser queimado pois não?)
Não me digas que discordas-te do circo da inquisição!?!? Deu-te má reputação? Não ligues aos media… eles fatram-se de queimar pessoas por menos. E aquilo é que era um espectáculo de pirotecnia à séria! E os gajos queriam explicar coisas que só explicáveis pelo teu poder e vontade! Morram queimados! Ciência… pfui… só a teologia merece esse nome.

Afinal vou conceder um livro aos meus humanos. Vai ser uma antologia daquilo que escrevo. Vai ser porreiro ver as más interpretações que irão fazer das minhas palavras. Melhor! Já os vejo a ver leis onde existem pensamentos, e a levar à letra cada frase, cada momento de neurose minha. Vou piorar-lhes as coisas escrevendo as minhas alucinações e os meus momentos de esquizofrenia. Um dia destes escrevo acerca do dia em vi paraquedistas a descer dos céus com lança-chamas, ao som de Mozart e Iron Maiden. Foi nesse dia que deixei de beber chá de cogumelos após as refeições. Passei para o absinto puro… Vou deixar que as vozinhas na minha cabeça tomem conta de mim e escrevam o livro…

Não me deixas ter um casal de humanos? Então porquê? Eu prometo que não os mato! Deixa!
Sabes bem que é o último passo antes da ascensão ao nível seguinte… já fui Anjo e Diabo. E que diabo! Descobri que afinal não são muito diferentes. Estão apenas em estádio de evolução diferentes. Os Diabos já sabem o que querem, e os Anjos, querem-no sem o saber. E descobri estou a descobrir que sou quase Super-Homem… Nem que para isso tenha de morrer. Não aceito o lugar de teu acessor! Não quero ser uma criatura de Deus, ou dele derivada, quando posso ser Deus e criar criaturas. Não faz parte das minhas preferências sexuais ficar de cócoras!

Gostei de te conhecer. Eu pago-te um desses “sumos” quando entrar no clube. Podes dar-me o endereço da loja onde compras-te o teu primeiro casal de humanos?

Não podemos ver as coisas as preto e branco… nem em gradientes de cinzento, afinal não somos cães. O mundo é cor de rosa choque e azul bebé.

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