Tuesday, February 10, 2004

Amor platónico com uma Puta! (trilogia do amor II)

Podiam ser qualquer outra coisa. Poderiam ser artistas plásticos, vigaristas, cobradores de impostos, todas as possibilidades de ocupação de tempo útil de vida. Mas escolheram estas actividades. Ele porque quis morrer desta forma, consumido pelo álcool lentamente, num torpor etílico, uma queima das fitas eterna. Ela tinha de ganhar a vida, e aquela actividade pareceu-lhe tão boa como qualquer outra. Se haveria de apanhar porrada do marido e tomar conta dos filhos, inicia na vida sexual adolescentes e é esfaqueada ocasionalmente pelo proxeneta de serviço.
E encontraram-se. Num local que se assemelha ao Reino de Hades, mais polido e com brilho, mas os infernos são todos iguais, só muda o nome e as razões pelas quais lá queremos entrar.
Não interessa como começou a relação entre eles. O que interessa é o pacto por eles estabelecido de modo a que a relação não terminasse. Ele pediu-lhe apenas que ela não lhe pedisse jamais para deixar o álcool. Ela queria apenas que ele a deixa-se prostituir-se. Pouco razoável? Talvez. Mas o objectivo de vida dele era a morte. Devido ao álcool.
E assim viveram durante uns tempos. E foram felizes. Ela ajudava-o nas suas crises de delirium tremens e ele limitava-se a gostar dela. Algumas vezes durante períodos mais arrojados e felizes tentaram fazer sexo, mas nunca resultou. O álcool já estava a surtir efeito, e ele não conseguia sequer ter ou manter uma erecção, por mais que ela se esforçasse. Sem a capacidade reprodutora, ele já não servia de nada para a mãe natureza. Mas servia para a prostituta.
Como acaba esta estória? Como todas as estórias de amor felizes. Ele morre entre convulsões e vómitos, enquanto que ela tenta desesperadamente arrancar-lhe o orgasmo final e impossível.

(sinopse muito livre, e com a minha visão particular do filme “Morrer em Las Vegas”)

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