Monday, December 29, 2003

Termómetro

Estamos quase no fim do ano e sucedem-se as análises ao que de melhor e pior se passou em 2003. Alguns, mais originais fazem previsões acerca do que poderão ser os factos e personalidades mais marcantes do próximo. Eu como modernaço que sou também decidi fazer um termómetro, daqueles que se enfiam no rabinho dos bebés, do ano que está quase a acabar (comigo).

Muito quente
Surpreendentemente, para mim o facto mais marcante do último ano foi o aparecimento deste blog! Ainda mais surpreendente é o facto de já ter tido por esta altura 50 VISITAS!! Cerca de 5/6 foram minhas, mas o que conta é a intenção.

Quente como o caralh…
Na minha lista de surpresas deste ano, está a luta estudantil contra as propinas. Pela 1ª vez em muitos anos, diria até séculos, os estudantes reuniram-se numa grande sessão, tipo, enrola lá isso rápido que temos de ir para Lisboa mostrar os glúteos à Sr.ª Ministra, e marcharam contra tudo e todos, até contra eles próprios. E com bons argumentos: “ò Lynce vai pró caralho (= pénis) ”; “Leite (Manuela Ferreira) faz-me um bico (= variedade de pão típica do centro comercial amoreiras) ”. Apoiado! Essa agora obrigarem a pagar para estudar, alunos aplicados que conseguem tirar o canudo por vezes em 10 anos, mesmo que para isso, e com muito sacrifício, tenham de faltar a uma ou outra festa da cerveja. Estes políticos são uns sacanas! Nós é que somos o futuro de portogal!

Com o sangue a ferver
Falou-se também muito da auto-estima dos portugueses, que andou pela hora da morte. Corrijam-me se estiver enganado. Para uma coisa morrer tem de estar viva antes, não é? Alguém viu por aí essa chamada auto-estima? Portugueses?! Quem são? Ainda não fomos apresentados. Não me digam, são aqueles dum programa de televisão de grande audiência, o BB4. oba, oba, acertei. São pessoas muito afeiçoadas. Só ainda não percebi o que fazem na vida, para além claro de aparecem nas revistas cor-de-castanho. Eu chamo-lhes carinhosamente isso porque leio-as quando estou na casa de banho. Em momentos de profunda reflexão, portanto. E quando falei de grande audiência estava a pensar numa que pudesse determinar a sanidade dos criadores e dos produtores do programa.

Em ebulição
Já que menciono portugueses tenho de falar de músicos e de música portuguesa. Andaram para aí a berrar que não tem visibilidade, que a lei não é cumprida (ou comprida?), a rádio não lhes atenção (e a televisão, e os jornais?), um ror de maleitas anda a afligi-los. Mas o que é a música portuguesa? Os Anjos, a Ágata, os Primive Reason, Silence Four, Xutos, da Weasel, Ruth Marlene, Ithaka, Quim Barreiros, Leandro e Leonardo, Canta Bahia, Madredeus, Camané, Vitorino…. A música portuguesa é aquela que é cantada em português, ou isso não tem importância? Têm de ser feita por uma banda composta maioritariamente por cidadãos Portugueses, ou basta que tenha um (Extreme)? E se forem estrangeiros radicados em Portugal (Ithaka/Darin Pappas)? E portugueses radicados no estrangeiro (Rui da Silva)? E filhos de portugueses (Jamiroquai)? Cabe tudo na mesma panela? Isto foi o que os senhores músicos portugueses nunca esclareceram. Pedem mais tempo de atena nas rádios, mas já ouviram as rádios locais? gostos são gostos, mas não há dúvidas que nestas rádios se passa mais música cantada em PORTUGUÊS do que o exigido na lei. Claro que não se pode esperar que passem Ornatos Violeta, da mesma forma que alguns músicos, não podem exigir que uma rádio como antena 3 ou até a RFM (blagh) passem grupo Tradicional de Cascos de Rolha.

Frio como um Morto
Este foi também o ano em que a Grande Reportagem morreu. Ainda não, mas está moribunda. Passou a ser vendida semanalmente como um mero apêndice de 2 jornais. E pior… tens entrevistas de 1 página, artigos de investigação de 2… se passar a ter horóscopo fica a Maria Reportagem. Aqui presto homenagem á revista que me ajudou a amadurecer enquanto cidadão e enquanto pessoa atenta ao que rodeia (e não estou a falar da Maria).

MornoÈ também de assinalar a captura de Osama Bin Laden e do retorno das democracia ocidental ao Iraque com eleições livres já para breve.

por ora só me lembro destas pequenas miudezas que marcaram 2003... mas eu voltarei (se me apetecer).

adiós

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