Sunday, December 14, 2003

a diferença entra a hipocrisia disfarçada e a solidão...

Está no que se diz e no que se cala – e o maior direito adquirido com 25 de Abril, foi o direito a estarmos calados quando bem nos apetece, pena é que haja tanta gente a falar tanto, e a dizer tão pouco. Quando penso no diz-se que foi dito (ou feito) que nos rodeia todos dias, penso se estas pessoas (nas quais me incluo) 1º não tem mais nada que fazer; 2º julgam que tem o direito de julgar 3º será pensam nas consequências que um boato pode trazer – até mesmos mais inofensivos?
Mas não é de boatos que quero falar. Quero é falar daquelas Pessoas (homens e mulheres) que estão sempre apaixonadas! Ou melhor, querem sexo e não tem coragem de o afirmar. OK, não estou à espera que se ponham a berrar nos corredores: mamas, mamas grandes! Eu quero mamã! Dá-me! Ou que no meio de uma conversa se diga: és gira, tu. Queres vir para a cama comigo? Isto seria no mínimo deselegante, e tenho dúvidas se seria a melhor estratégia de engate… mas se quiserem tentar, estejam à vontade. O que a mim me faz confusão são aquelas relações em que é só amor e aí que gosto tanto de ti, apenas com o objectivo de obter SEXO. Sim, há para aí pessoas que se aproveitam do facto de o parceiro(a) estarem genuinamente interessados numa relação estável, fingem reciprocidade e Zás... tá todo lá dentro. Se o eu já o fiz? Bem…. Ainda bem que faz essa questão… pois… tive muita pena (até nem tive) que não se tivesse chegado a acordo em relação à futura constituição europeia.
Eu também gosto de sexo. E numa sociedade como a nossa em que vivemos rodeados de sexo por todo lado, em que algumas pessoas regulam os seus comportamentos em função da maior ou menor probabilidade de o obter, é quase impossível escapar. Por vezes acho que se dá demasiada importância ao assunto (mea culpa, eu estou a escrever acerca disso), e se realmente valerá pena o esforço (horas de sedução, conversas da treta a pensar nas pernas da gaja) apenas para umas horas, ou minutos (héhéhé), de prazer. Mas será apenas para isso? E aqueles grupos de amigos em que a aceitação e o respeito social advém das proezas sexuais (ou psedo-proezas). A aceitação social sempre dependeu de alguns valores (por acaso não me recordo de nenhum valor bom para citar), o que é normal. Mas porquê o sexo? Também há os gajos que conseguem fazer Lisboa-Porto em meia hora, nem para isso tenham de matar uma criancinha pelo caminho (estes pais estúpidos fazem-nos e depois não tomam contam deles, onde já se viu atravessar a passadeira num sitio onde um gajo pode ir a 200 km/h ainda por cima a merda do sangue é vermelho, não podia ser da cor do carro?), ou ainda os grupos, eu trabalho menos e ganho mais, já viste o meu novo BMW? Eu tenho tido a sorte de estar integrado nalguns destes grupos, mas também noutros onde o álcool fala mais alto. Eu não era o que bebia mais! E claro que é sorte, aprende-se muito!
Depois deste desvio (há mais crianças nas estradas nacionais que nas auto-estradas), resta-me dizer que acredito nas relações pessoais baseadas única e exclusivamente no sexo. Nunca se sabe, pode daí surgir uma bela amizade. E o amor… aí é tão bonito (suspiro). Então o que eu gosto daqueles filmes padronizados. Aliás eu só estou sozinho porque estou à espera da minha Cameron, que há-de chegar num dia de nevoeiro (opsss, esse é o D. Sebastião)
Isto tudo porquê? Bem um gajo tem de deitar as culpas nalguma coisa quando não tem namorada, afinal sou tuga, e alguém (que não eu) tem a culpa desta situação. Além disso, faz confusão como numa sociedade tão “liberal” ainda subsistam valores tão fundamentais como a dissimulação, o boato, a falsidade de sentimentos, etc….
A solução? Bom se eu tivesse a solução para mudar comportamentos seria deportado, e cada um é livre de fazer o que bem entende. O PROBLEMA é quando temos de assumir responsabilidades por alguns dos nossos actos.
Bem vou deixar-vos em paz, tenho uma vida inteirinha para continuar a ser F.D.P.

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