Tuesday, December 09, 2003

Porque é que eu estou a tentar escrever esta merda??

Tenho agora a mania que sou o futuro prémio nobel da literatura é?! Ou esta será a única forma que encontro de carpir as minhas mágoas amorosas que já duram há tanto tempo como este governo - embora a única coisa em comum entre a minha Depressão e o governo seja a duração- e já estamos novamente em altura de eleições, é que, mesmo para um maníaco depressivo como eu me considero, já estou a abusar.

Pensava eu que a vida era uma maravilha, saia com umas miúdas, mandava umas fodas, por vezes fazíamos sexo, bebia uns copos (muitos) com os amigos (poucos que é coisa que interessa ter em qualidade e não em quantidade) e o melhor de tudo é que nunca, em quase um quinto de século de vida, nunca me tinha apaixonado - como era feliz. Desenganem-se vós tolos de espirito que pensam que o amor é o melhor que esta triste e volátil existência pode ter. Pensem bem, conhecemos alguém, admitindo que é possível conhecer verdadeiramente alguém, conversamos temos, ou não, alguns pontos em comum, talvez consigamos até manter uma conversa por mais de 5 minutos sem estarmos logo a pensar - "a gaja é chata, mas tem cá um corpo. Dava-lhe umas voltas".

Tantos rodeios para tentar expurgar alguns pecados meus e muitos da humanidade. Humanidade!? Será do sexo feminino? Se for é puta de certeza, já fodeu tanta gente e quase sempre por ganância (não confundir as "mulheres" que usam ao corpo com uma determinada finalidade com aquelas que o fazem com o único intuito de tirar - e dar - prazer. Abençoadas essas que tornam cada momento único, cada olhar um arrepio capaz de fazer tremer o mais insensível dos homens e em cada beijo fazem-nos não desejar o próximo, mas que este não acabe.

Sinto-me frágil. Como uma qualquer cria abandonada á nascença por ser mais fraca. Preciso de alguém, preciso urgentemente de amar, de encontrar quem me ouça, quero falar. Estou farto de estar calado por opção, quero optar por falar, será que ainda sei falar? Será que ainda sou capaz de me fazer entender. Não... merda, preciso de alguém para ser meu interprete, que me guie por este mundo. Oh.. que me guie por entre o seu corpo, uma mulher de corpo inteiro não apenas uma boneca, se os olhos também comem, os olhos da minha alma, do meu pensamento estão esfomeados, anseiam os meus sentidos por novas ou velhas sensações, mas sentir é, foi, tão bom...

Um beijo, longo penetrante, de raiva, com sentimento, com paixão, com tudo o que ainda não senti, com o que quero, falta-me experimentar, amar, viagem arriscada por entre o corpo de uma mulher, que acaricia a cabeça, o pensamento, as emoções, massaja-me o espirito, queria entrar mais fundo na tua alma, não quero sobreviver boiando inutilmente á tona de um oceano de descobertas, afundar-me, engolir cada gole disponível, todos os goles de agua salgada, salobra, poluída, não faz mal, até me doer a garganta, a dor também é prazer, apanhar ar e voltar de novo, o sofrimento será sempre maior após o descanso do corpo.

O pensamento não pode descansar, não pode existir, a sua ausência é única condição para minha felicidade.. só minha felicidade interessa, a tua tê-la-ás de cada vez que olhares para mim e conseguires ver a minha alma, as minhas sensações, sempre que eu, vulnerável, me entregar nos teus braços, um doce limbo, eu em coma e tu sussurrando-me ao ouvido, não interessa o quê, não ouvirei, apenas sentirei um doce sopro de vida lembrando-me a minha morte...

Morri, quero morrer, mas não vou sozinho, vai toda a humanidade comigo, reles experiência de deus, maldita desde a hora que nasceu feita para sofrer e gostar disso, fazer sofrer e sentir que ainda não foi bondosa o suficiente, fazer sofrer para dar esmola e encher o ego, até rebentar numa explosão asquerosa de excrementos de sentimentos sujos, abomináveis. Morram filho da puta, morram dentro dos vossos carros, dos vossos fatos, empalados nas vossa cadeiras de poder, enrabados pela vossas maquinas, devoradoras das entranhas da terra, ela que vos deu tudo... só não vós deu inteligência seus estúpidos cabeças ungidas á nascença pela estupidez.

Será que estou louco, demente, cego, não há ninguém que se aperceba que caminhamos para um abismo, nem este existe caminhamos sem sentido embriagados pelo poder.

Ajudem-me, sinto tudo dentro de mim , sou um hipócrita, racista, xenófobo, detesto todos os que pensam diferente, mas compreendo-os e perdoo-os a todos, perdoem-me. Matem-me, destruam o meu ser o meu pensamento o meu existir, varram deste mundo os átomos da minha existência.

Uma mulher.. que acaricie, um orgasmo, sensação terrível, queria ter orgasmos para o resto da minha estúpida vida, mergulhar num torpor de sexo e luxúria, seguir apenas o livro do corpo, sem cérebro. Deixa-me! Não atrapalhas-te já o suficiente? Queres mais? Tornar-me num autómato, pragmático, responsável, directo, cientifico, um aborto informático criado por um qualquer programador desvairado, sexualmente invertido e deprimido com medo do tamanho do seu sexo, satisfazendo-se á socapa enquanto esmaga os pequenos insectos a que alguns chamaram um dia subalternos, deitando-lhes para cima o sémen apodrecido, gerador de outros fracassos num circulo vicioso e viciante como as maquinas que criaram, que apodreceram e entorpeceram os nossos cérebros.
Quero amar, sentir, dar-me por completo, sem restrições, sem limites, sem contrapartidas, sem receios, sem nada. Apenas amar e ser amado por alguém que compreenda esta mente tortuosa, maléfica e masoquista. Existirá alguém capaz de transformar um excremento numa flor?
Foda-se, não quero pensar dá dores, quero a demência absoluta. Sou um egocêntrico recalcado, acusador dos meus iguais, um pulha.

o meu alter ego - Boabdil al-Zogoiby

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