Thursday, April 29, 2004

Tragam-me um balde de tinta

E a mancha alastra, inevitávelmente. Imparável. Começou como um pequeno ponto na parede, e embora estejamos os 2 a olhar para a parede, só eu me apercebo da gravidade do facto.

Por esta altura já começa a sobrepor-se aos quadros kitch que ornamentam as paredes. Em breve ocultará as fotografias que nos recordam um passado já tão distante temporalmente como curta foi a sua duração. O presente de hoje, foi o futuro de ontem, e será o passado de amanhã.

Vou ter de apagar a mancha com um mata-borrão mais forte que o normal. Apagar a minha memória ou em alternativa um de nós. Cara ou coroa? Eu escolho coroa. Os Reis tremem mas ficam de pé!

Podes ficar com teu quarto e a tua mancha. Vou-me embora, dormir ao relento. Na ausência de paredes espero não encontrar manchas.

A mancha só existe na minha cabeça. Mas não sou o único a sofrer as consequências da sua existência.

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