É só mais um dia mau... na Guiné
Ontem, quando estava a chegar à cidade, passei pelo Rio. Nada de mais banal como num dia mau normal, não fosse o rio estar tingido de negro (ou preto...ou será azul escuro... afro-português?) e de vermelho (não sei se sangue ou tijolo).
Por uma associação de ideias natural, lembrei-me das eleições na Guiné-Bissau. Ainda não são conhecidos os resultados e já dois dos 3 partidos (que julgo os mais importantes no panorama político guineense) tinham feito declarações afirmando a existência de fraudes eleitorais e repudiando desde já os resultados eleitorais putativos, que apontam para uma vitória do PAIGC (o 3º, que não disse nada acerca do processo eleitoral).
Independentemente de terem ocorrido fraudes ou não, a comunidade internacional (entidade que tenho alguma difilcudade em defenir) já disse que, ou estas eleiçõesservem para estabilizar a democracia na Guiné ou as ajudas (?) estão em risco.
No meio disto tudo uma pergunta surge na minha cabeça (e não são as vozes do costume): ainda há alguma coisa para desviar neste país?
Não tenho tenho conhecimento de nenhum bem, físico ou político, que a Guiné possua para os dirigentes insistirem tanto em estar no poder. Custa-me a entender. Será a vitória política será tão importante para alguns do ponto de vista pessoal? Concedo que parte de nós seja a nossa vida profissional (é pena que para alguns o emprego não passe de um frete), e as ideias que defendendemos (não acredito em ideiais) - é bom que assim seja. Mas tenho visto debates onde há ofensas pessoais, onde cada virgula e ponto são discutidos para além do racional, onde se discute o sexodos anjos como se isso fosse essencial para a tomada de decisões, reuniões de catequese onde as beatas se ofendem pelas flores serem azuis ao invés de verdes, e fazem disso a sua cruzada pessoal...
No próprio meio académico, em teoria constituído por pessoas inteligentes acima da média, é frequente verem-se ofensas pessoais em reuniões institucionais, guerrilhas na discussão de propostas alternativas, com contagens de aliados nos corredores e nas mesas do café. (nota: para aqueles que acham que é nas assemleias que ocorrem as decisões... estão enganados! já vai tudo decidido dos gabinetes e das maquinas do café)
Continuo sem perceber até onde é que a competição e comparaçãode ideias nos poderá levar. Na guiné não há problemas. estão longe, as nossas fronteiras vão ser fechadas e... bem, eles já estão tão mal que morrer ás vezes é o único remédio para curar alguns males. O problema é que raramente morre a doença, apenas o doente.
Hoje o rio já tinha a côr "normal", mas contino sem saber o resultado das eleições na Guiné-Bissau.
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