Areias movediças (O meu Presente)
São um fenómeno fantástico. Quando mais nos tentamos mexer e forçar uma saída.... mais nos enterramos.
A única solução para sair com vida é também a pior. Não nos mexer! Somos engolidos de qualquer das formas, mas mais lentamente. Com sorte, aparece alguém para nos puxar. E nem pensar em esbracejar. Esperar completamente imóveis. E quando chegar a ajuda, não podemos esperar unicamente pela corda salvadora. Podemos ajudar a nossa ajuda! Deitamos-nos nas areias (ou pelo menos tentar). É uma atitude bastante inteligente. Quando deitados, a superfície de contacto é maior e logo, é mais difícil sermos engulidos. Quando queremos ficar à tona de água o que fazemos? Boiar!
Por vezes alguém faz-nos coisas boas. Que nos fazem sentir bem. E por muito que se saiba que não esperam nada em troca, eu pelo menos, sinto-me na pele de quem tem de retribuir. E como? E quando?
Pior... Quando nos sentimos pressionados a fazer alguém feliz, movidos por um sentimento de retribuição (mesmo que a nossa vontade seja que essa pessoa se sinta bem em qualquer situação), o efeito pode ser contrário ao desejado. A pressão de que tudo tem de correr bem, que todas as coisas devem ser ainda melhor que as anteriores, pode ser (e é) um entrave ás nossas melhores intenções. E aquilo que começou por ser apenas um desejo de retribuição honesto, torna-se agora uma obrigação, nada sai de forma natural, e de cada vez que tento compensar, só prejudico.
Á tentação de retribuição cega, devo combater com um pensamento de que quem o fez não espera nada de mim, excepto: aquilo que eu sou. E que estou sempre presente, mesmo isso que não seja necessário.
Mais uma uma vez tenho de estra atento para não usar a solução mais óbvia, mas a mais racional. E a solução não é nadar, é boiar.
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