Tuesday, June 29, 2004

Eu tenho uma panela de pressão.

É com ela que confecciono os alimentos mais saborosos. É nela que cozinho os mais difíceis, aqueles que, de outra forma demorariam horas até estar prontos.

Na minha panela de pressão ponho tudo até esta encher. E quando enche, abro um bocadinho o orifício que está na tampa. Quando a pressão se eleva demasiado, abro o buraquinho por completo removendo aquela peça que parece um parafuso.

A minha panela de pressão não rebenta. Possui uns “encaixes” na tampa que se prendem ás pegas da panela. Desta forma nunca lhe salta a tampa por maior que seja a pressão. Eu gosto muito da minha panela de pressão, mas estou a ficar com medo, pois torna-se cada vez mais difícil libertar o vapor de água, que gera a pressão, e cozinhar os alimentos de forma correcta. E se ela rebenta? Acho pouco provável, mas se isso acontecer não posso comprar uma nova. Esta foi-me oferecida com a condição de não usar nunca outra panela de pressão. Terei de morrer á fome, ou basear a minha alimentação em alimentos crús como faziam os homens nos primeiros tempos, quando ainda não eram homens.

Um Rei não morre à fome, nem se alimenta mal! Vou usar a minha panela de pressão como arma e obrigar os meus súbditos a usarem a suas panelas de pressão para me preparem as refeições. Posso em alternativa bater com a panela na minha cabeça e acabar já com isto.



Este texto foi escrito por mim, quando andava na quarta classe e tive o 1º esgotamento nervoso. Os meus pais pressionaram-me para ser o melhor aluno da turma.

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