A importãncia da anormalidade
Não sabia que eras canhota. Interessante.
"Sim, sou. faz alguma diferença?"
Claro que faz. Agora vou ser mais simpático contigo e tratar-te melhor.
"Porquê?"
Porque és deficiente.
Monday, November 27, 2006
Tuesday, October 03, 2006
Sunday, September 24, 2006
Perfect sunny day. I was walking a promenade that is vehicle-free for 200 years. It is a lot of time, almost as much as the ruling of Queen Elizabeth II. At the end of the promenade I had to cross a car street, so, as a well behaved citizen I stopped in the red traffic lights. On the other side of the road was a family. The economically perfect family: the parents, male and female, and their children, apparently a boy and a girl. I called them perfect, because single persons are always penalized in the price of things, such as hotel rooms and even food that usually comes in family-size packs which are cheaper but who wants to buy meat for four when you are alone? Not that being single and lonely is bad. Sex is great when you are alone, and you don’t even have to talk to your partner when you finish - Just turn off the DVD and clean yourself.
The father, I mean, the spouse, I mean, the adult male of the family, was taller than average as opposite to the mother that was rather short. Both children were average size. What caught my attention to this family was the fact that their all licking ice-creams. The children avid of the sugar and fat in it and yet struggling with the technique of eating it without getting too dirty, the father tasting it with sobriety and the mother, which was not the least attractive by the way, was licking the ice-cream with such deft tongue strokes that one wonders whether they should create TV shows about the art of ice-cream licking.
I was still gazing at them with the curiosity of a biologist (that I am) observing a newly found specimen, when they decided to cross the street. And there I stood impassive as a car hit them and shattered their small, and big, bones and a puddle of blood formed by the four person’s blood. Funny that there is an expression “my own blood” referring to relatives.
When the traffic lights finally turned green I crossed the street, which caused some annoyance because of the blood. I had just put on some new shoes I did not want to get stains of blood on them. They were expensive shoes and you know how hard those stains are to remove. So I had to make a detour and got a headache with all the fuss and police sirens, ambulances, etc. What a waste of time! They should have just called the coroner. To much hassle in a perfect sunny day because some people don’t respect traffic lights. What a bad example for their children.
P.S. – The sun kept shining.
Saturday, July 29, 2006
If god existed he should come down and release his wrath upon all the embassy and consulate bureaucrats!
“I am sure he as a lot more to do”
Is anything more important than my passport?
"???”
If I died today what would have become of me? I would be barred in the gates of hell, because I have no ID… like a teenager in a nightclub! I would be condemned to live the rest of my life in a bureaucrat limbo. Kafka’s worst nightmare.
“why hell? you would also be barred in heaven, wouldn’t you?
“oh my fair friend, I have dome enough by mow to deserve hell. Do you know the 7 capital sins? I have had a piece of all of them. How about the Ten Commandments? 9 of them are gone. And my favourite is “You shall not commit adultery”.
“You are doomed!!”
I could be. But god does not exist… and I don’t have my passport.
Friday, June 23, 2006
Sunday, June 18, 2006
É frequente ouvirmos falar que uma simples acção pode alterar todo o curso de uma vida. Filosofia de Paulo Coelho. Tretas! Ok, estou a ser demasiado duro. Se eu espancar alguém até á morte provavelmente ganho uma estadia grátis em vale de judeus. Mudo logo a minha vida.
Refiro-me á possibilidade holywoodesca de vencer todas as inibicoes e iniciar uma conversa com uma rapariga desconhecida, aleatoriamente, e num passo de não termos o melhor sexo da nossa vida, 4 ou 5 putos, casa, perdão, T5 nos subúrbios e um enterro cristão, com carpideiras e tudo.
Pois bem. Enquanto cientista que sou, vou testar a “Random Happiness Hypothesis!". À minha frente no comboio está sentada uma rapariga lindissíma (ao telefone, acabou de praguejar - perfeito). Olhos azuis cristalinos e um sorriso como o desbrochar de uma flor (sou um romântico!). O bolo no topo desta cereja é um sotaque tão britânico que sinto o smog a rodeiar-me.
Quando me sentei trocámos alguma palavras de circunstancia. Pensei em iniciar uma conversa dizendo algo de espirituoso como: “chove como o caraças por estes lado não?”. Mas não o fiz. Já vi este filme. Já fiz parte do argumento deste filme de serie Z, noutra vida. Esforço, energia dispendida, sorrisos vagos e de enfado, e no fim, saímos em estacoes diferentes aliviados pelo desfecho.
A realidade hooliwodesca é possível! Possível, mas improvável. A natureza, os animais e plantinhas, regem-se por um simples principio: gastar apenas a energia necessária para assegurar descendencia. Simples e eficaz. Então para que insistir irracionalmente nesses gastos de energia? Alguem gasta 20 euros em raspadinhas para ganhar 1 euro ocasionalmente? Claro que não! Seria demasiado irracional, e nós humanos somos “animais” irracionais.
Perguntei-lhe para onde viajava. Com um sorriso nos lábios respondeu. E nunca mais os labios dela se abriram para o resto da viagem. Não é o meu dia de sorte. Eu sabia que devia ter cortado a barba antes de sair de casa.
Wednesday, June 14, 2006
Querida Maria,
tenho um problema. Não sei se é realmente um problema. Por vezes fico completamente absorto nos locais mais inimagináveis. Quase como que a perder consciencia, sem no entanto ter perdido os sentidos. O melhor será dar-lhe um exemplo para que possa perceber melhor. Hoje fui á casa de banho e, após urinar, senti-me frágil, fraco mentalmente. Olhei-me no espelho e sem qualquer razão encostei a minha fronte ao espelho de modo a que todo o meu corpo estive apoiado na minha cabeça. E assim fiquei... vários minutos... apenas os meu olhos reagiam ao comando do meu cérebro. E pensando melhor acho que o meu cérebro realmente ficou desligado nesse período, como um coma de olhos abertos. Via os meus braços... a roupa que trazia vestida... tudo! mas nao conseguia formar um único pensamento, nada! Embora o meu corpo tivesse energia, quiçá proveniente da Deusa Cafeína, nao conseguia mover um único músculo... nem queria. E assim fiquei.
Será que estou doido?
Caro Boabdil,
vê se cresces! quanto mais te queixas mais a vida te foge. Daqui a uns tempos estás a queixar-te que devias ter feito muito mais do tempo biológico que já usufruíste. De quem é a culpa?Tua! Passas demasiado tempo a limpar espelhos com a testa. Ou então és mesmo socialmente inadequeado. Mas isso realmente interessa?
Friday, May 19, 2006
Há uns dias atrás vi documentário na televisao britanica. O assunto era um grupo de defensores de animais que por estes lados podem ser uma mistura de chacais com elefantes, mas raramente porquinhos da india.
Um dos elementos deste grupo confessou que aos 22 anos fez uma vasectomia, para assim se concentrar aexclusivamente na sua missao: o bem-estar de todos os animais deste mundo.
A liberdade é uma coisa muito bonita.
Thursday, April 20, 2006
Ye right! He will come. Sure. I will sit on a chair to endure the waiting. Better yet: I will build my own chair. Use my head against the nails, and the wood of the church crosses as the raw material.
I will sit on the dock of the bay and watch the tide roll away. Just wasting time while he comes. Just me and my Ms Jones. Maybe he join us in a orgy… I just in the chair watching as he penetrates Ms Jones… and then I will join then in a triple coitus that will create the perfect creature. The Son of God, Men and Amorality.
Yes Christ will come, in a perfect orgasm. Just wait to be covered in is sperm, glued to it. You don’t care. Your movements have always been impaired by is word. It is not such a difference.
Sunday, April 02, 2006
Wednesday, March 22, 2006
Tuesday, March 21, 2006
mas porque que é eu me dicidi tornar espeleologista? Agora estou no escuro vislunbrando apenas luzes que existem na minha imaginacao. Miragens de Oasis luminosos. Está escuro e frio.
Quando entrei todo para dentro da gruta, fi-lo de forma decidida e sem olhar para trás. Mesmo sem saber se iria voltar ao ponto de partida, ou se a expedicao valeria a pena. Gostava de afirmar que era um risco calculado, mas nao foi. E nisso tambem residia a beleza da viagem.
Apenas eu e a minha guia. Pensarão os chauvinistas que explorar as profundezas da terra por entre mil perigos e incertezas está destinado a homens de barba rija desiludidos com a vida. Desenganem-se. Haverá alguém que conheca melhor as entranhas da terra do que as mulheres? Pus-me nas mãos dela, mais experimentada que eu nestas expedições, deixando-me guiar cegamente. Cegamente passou a ser termo pois durante a expedicao as pilhas foram perdidas durante arriscado salto para ultrapassar um abismo. Após o meu salto a minha guia teve medo. Arrependeu-se. Não sei ao certo o que aconteceu, mas ao olhar para o abismo e considerar o risco do salto, tomou uma decisao. Voltar para trás, sair da gruta e deixar-me continuar sózinho a expedição.
De repente fiquei sem luz e sem guia. Poderia ter saltado de volta, mas isso não é nem nunca foi opção para mim. Não entro em algo para desistir a meio. Afinal sou Rei. Como poderia dizer um dias ás minhas tropas para avancar, e só porque havia a possibilidade de derrota do horizonte, manda-los recuar? Após a morte do primeiro homem, não há retorno. O sangue pede sangue.
Não estou arrependido da minha decisão, nem sequer sinto raiva pelo abandono da minha guia. Foi uma sociedade proveitosa enquanto durou. Tenho comigo alguns achados interessantes e valiosos. A ironia é que não sei se algum dia verão a luz do dia, ou a escuridao de um museu.
Agora tateio nas paredes escuras e húmidas da gruta na busca de uma saida. E vejo luzes... que podem ser apenas o brilhar dos olhos de morcegos. Qualquer lampejo me anima.Acalento a esperança de um dia encontrar uma espeleologista perdida e possamos trocar achados, ou se ela tiver consigo pilhas, possamos ter luz para sair da gruta.
Afinal são apenas morcegos. Não faz mal. São uma boa conpanhia. Não me decepcionam Sempre foram aminha fiel companhia desde o inicio da viagem.
Monday, March 20, 2006
Sunday, March 19, 2006
Uma frase tipica de filhos da puta desiludidos com a vida. Não estão bem? Matem-se. Ou mudem. De discursos miserabilistas está o governo cheio. Agora para viver é preciso mais do que isso. E preciso mais do que respirar e comer todas as refeicoes do dia. É preciso sorte.
Saturday, March 18, 2006
Pensava em coisas fúteis, como "será que por um pais me dar pão, mesa e oportunidade de dar algo há humanidade, eu tenho o direito de criticar, o que quer que seja dessa nação?". Nada de original.
Mas de repente a verdade atingiu-me, como o cajado da Lúcia na nuca do Francisquinho, quando este abraçava fraternamente uma ovelhita. Quem me paga a bolsa é o NIH do segundo maior pais da America do Norte.
Serei um Imperialista?
Vou beber uma Pint de Guiness a pensar nisso.
Sunday, March 12, 2006
Movies and consciousness
I went to the see a movie. Five of us in a car. Ecologically correct. Of course we only went there by car, because the cinema that is a 5 minute walk away is more expensive. The name of the movie? Syriana. Elegant story. Sometimes to predictable in terms of what we are expected to think after seeing it. I was led to think that somebody had to die so that could have the pleaser of seeing that movie. Do I care? Of course. That why I am flying next month.
Tuesday, February 14, 2006
I am a bubble boy. Isolated from the rest of the world by these tick glass walls. I have no disease whatsoever that forces me to keep apart from my fellow species mates. I do breathe as any one of them. And yet, I feel as if I am different. One of the edges of a Gaussian curve.
The good part of bubble isolation that you can communicate with them, and yet none of theirs filthiness can touch me. No germs or bacteria, smoke or bad breath, and even their less-than-caveman ideas seem to soften through the glass and hit gently into my mind.
And it is a nice feeling to be aside. It seems to me as all the burden of living as vanished. Although I breed and I feel pain, my senses are numb. I am an ethereal body, whose main concern is to nurture myself. Keep me alive to continue observing.
That was how I felt in that night, at the pub. That is how I been feeling for the last weeks. I am the Observer. And they are all inside the bubble.
I Am Tired
I am tired, that is clear,
Because, at certain stage, people have to be tired.
Of what I am tired, I don't know:
It would not serve me at all to know
Since the tiredness stays just the same.
The wound hurts as it hurts
And not in function of the cause that produced it.
Yes, I am tired,
And ever so slightly smiling
At the tiredness being only this -
In the body a wish for sleep,
In the soul a desire for not thinking
And, to crown all, a luminous transparency
Of the retrospective understanding ...
And the one luxury of not now having hopes?
I am intelligent: that's all.
I have seen much and understood much of what I
have seen.
And there is a certain pleasure even in tiredness
this brings us,
That in the end the head does still serve for
something.
(24.06.1935)
'Selected Poems' translated from Fernando Pessoa by J.Griffin.