Friday, June 23, 2006
Sunday, June 18, 2006
É frequente ouvirmos falar que uma simples acção pode alterar todo o curso de uma vida. Filosofia de Paulo Coelho. Tretas! Ok, estou a ser demasiado duro. Se eu espancar alguém até á morte provavelmente ganho uma estadia grátis em vale de judeus. Mudo logo a minha vida.
Refiro-me á possibilidade holywoodesca de vencer todas as inibicoes e iniciar uma conversa com uma rapariga desconhecida, aleatoriamente, e num passo de não termos o melhor sexo da nossa vida, 4 ou 5 putos, casa, perdão, T5 nos subúrbios e um enterro cristão, com carpideiras e tudo.
Pois bem. Enquanto cientista que sou, vou testar a “Random Happiness Hypothesis!". À minha frente no comboio está sentada uma rapariga lindissíma (ao telefone, acabou de praguejar - perfeito). Olhos azuis cristalinos e um sorriso como o desbrochar de uma flor (sou um romântico!). O bolo no topo desta cereja é um sotaque tão britânico que sinto o smog a rodeiar-me.
Quando me sentei trocámos alguma palavras de circunstancia. Pensei em iniciar uma conversa dizendo algo de espirituoso como: “chove como o caraças por estes lado não?”. Mas não o fiz. Já vi este filme. Já fiz parte do argumento deste filme de serie Z, noutra vida. Esforço, energia dispendida, sorrisos vagos e de enfado, e no fim, saímos em estacoes diferentes aliviados pelo desfecho.
A realidade hooliwodesca é possível! Possível, mas improvável. A natureza, os animais e plantinhas, regem-se por um simples principio: gastar apenas a energia necessária para assegurar descendencia. Simples e eficaz. Então para que insistir irracionalmente nesses gastos de energia? Alguem gasta 20 euros em raspadinhas para ganhar 1 euro ocasionalmente? Claro que não! Seria demasiado irracional, e nós humanos somos “animais” irracionais.
Perguntei-lhe para onde viajava. Com um sorriso nos lábios respondeu. E nunca mais os labios dela se abriram para o resto da viagem. Não é o meu dia de sorte. Eu sabia que devia ter cortado a barba antes de sair de casa.
Wednesday, June 14, 2006
Querida Maria,
tenho um problema. Não sei se é realmente um problema. Por vezes fico completamente absorto nos locais mais inimagináveis. Quase como que a perder consciencia, sem no entanto ter perdido os sentidos. O melhor será dar-lhe um exemplo para que possa perceber melhor. Hoje fui á casa de banho e, após urinar, senti-me frágil, fraco mentalmente. Olhei-me no espelho e sem qualquer razão encostei a minha fronte ao espelho de modo a que todo o meu corpo estive apoiado na minha cabeça. E assim fiquei... vários minutos... apenas os meu olhos reagiam ao comando do meu cérebro. E pensando melhor acho que o meu cérebro realmente ficou desligado nesse período, como um coma de olhos abertos. Via os meus braços... a roupa que trazia vestida... tudo! mas nao conseguia formar um único pensamento, nada! Embora o meu corpo tivesse energia, quiçá proveniente da Deusa Cafeína, nao conseguia mover um único músculo... nem queria. E assim fiquei.
Será que estou doido?
Caro Boabdil,
vê se cresces! quanto mais te queixas mais a vida te foge. Daqui a uns tempos estás a queixar-te que devias ter feito muito mais do tempo biológico que já usufruíste. De quem é a culpa?Tua! Passas demasiado tempo a limpar espelhos com a testa. Ou então és mesmo socialmente inadequeado. Mas isso realmente interessa?