Agricultura de Emoções
Vou contar-vos uma estória de um agricultor. Na verdade ele era professor, mas quando foi ao concurso “A colocação certa”, falhou na última pergunta que o iria colocar em part-time numa aldeia transmontana.“Diga-me lá prof: qual a opção correcta, Portugal é banhado…a) Pelo oceano atlântico;b) Pelo oceano atlântico e pelo mar mediterrâneo;c) Só pelo mar mediterrâneo;d) Estive demasiado preocupado em estudar para os exames para aprender coisas supérfluas.”Pois è, o nosso herói julgava que o mar mediterrâneo também banhava o reino dos al-garves, o que faz sentido pois a água lá é mais quente do que na Póvoa, e não levou para casa o prémio final!! E ao invés de cultivar mentes dedicou-se ao cultivo de plantas. Tornou-se agricultor. Comprou uma casinha, que tinha incluído uma esposa submissa, um jipe, um telemóvel e finalmente um terreno de cultivo. E tudo correu bem, plantou e vendeu umas quantas coisas, quando o tempo estava bom, e quando não estava a culpa era do governo a quem pedia subsídio, que ganhava claro, que pedinchar é melhor que jogar no Euromilhões. Até que um dia começaram a crescer as primeiras ervas daninhas! O agricultor tinha-se esquecido (ou então não lhe apeteceu) de arrancar os rebentos de ervas daninhas que iam surgindo durante cada colheita. Claro que elas se multiplicam como coelhos (sem a parte gira da cópula) e passado algum tempo já impediam as colheitas (que não seriam colhidas) de se desenvolver. E ele medita sobre o assunto. E enquanto medita rebola com a sua agricultora, agora padeira com o forno quente.A situação agrava-se. Chão que dá trigo também dá erva (daninha)! Mas tudo na vida tem uma solução! Deixam-se secar as plantas, daninhas e não colhidas, e queima-se tudo! Onde ardem as ervas também arde o trigo! O melhor disto (logo a seguir á parte de dar pouco trabalho) é que a cinza é um bom alimento para as plantações seguintes. Assim, o dinheiro que se perde numa plantação que não é colheita pois não é colhida (com este jogo de palavras já pareço um filósofo daqueles que mais não fazem que brincar com as palavras, de preferência das difíceis, para que não haja paciência para os ler e compreender e no fim dizer o rei vai vestido de sabedoria da loja dos 300, perdão, 1.50 euro), é recuperado (como se ainda não foi ganho?) nas colheitas futuras!Tudo vai bem neste pequeno reino do ex-professor, perdão, licenciado em qualquer coisa e habilitado a dar aulas (alguns até ensinam!), mas vários ciclos de desleixo e de queimadas tornam a terra infértil (processo designado por lixiviação). A noção de todos os erros cometidos atingem a mente do nosso herói com um axecake… A monção deve ter virado na saída errada de algum cruzamento de correntes…. E rolaram as lágrimas.E foi no meio desta chuva que o nosso herói decidiu o terminar da sua aventura agrícola. Fez as malas, não se esquecendo da sua companheira, e partiu para cidade (donde tinha saído) á procura de uma vida melhor, com acesso ao crédito bancário facilitado, enfim um emprego estável. Ouviu dizer que iam abrir mais hipermercados com vagas para caixa.
Este texto pode parecer estranho, ou não,mas foi uma tentiva de usar o solo e a agricultura como metáfora para as realções amorosas falhadas entre humanos. Ainda preciso de colher mais humanos das arvóre paras escrever melhor sobre eles.
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