A formiga e o Elefante
Sinto-me esmagado pelo peso do destino que eu próprio escolhi. O que me poderá deixar mais triste? Combater nesta quimera? Ou saber que estou numa quimera por vontade própria?
E agora que devo fazer? Parar como a avestruz, enfiar a cabeça na areia e ficar á espera de ser comido pelos lobos? Assim terei cumprido com a minha função na cadeia alimentar. Ou pelo contrário escolher o destino anedótico da formiga que sobe a uma árvore, e dela salta para cima dum elefante tentando esmagá-lo com o seu peso? Pobre formiga… saltando ingloriamente no dorso do imponente opositor (?), enquanto que láem baixo um coro constituído pelo resto da colónia a incita:
“Salta, salta”
“Esmaga, esmaga”
E lá continua a formiguita a saltar. Não poderá o elefante pura e simplesmente sacudi-la do seu dorso? Ou esmagá-la acabando com o seu sofrimento? Poderia… se a sentisse no seu dorso. A insignificância da formiga não permite sequer que esta morra rapidamente. Vai acabar por morrer á fome, ou descer do elefante enquanto este vai para o cemitério. Mas nessa altura já estará demasiado longe da colónia para ser parte da comunidade.
Nota: As outras formigas, passada emoção da tentativa de elefantícidio, continuam a sua vidinha de lá para cá a alimentar a Rainha, que continua a gerar mais formigas para a alimentar. Enfim... mais formiga menos formiga... o que conta é a manutanção da colónia.
Assim me sinto. Uma formiga que em cima do dorso do elefante nem esmaga nem morre. Ou um bebé de colo cuja madrasta insiste em ter junto ao peito pronto a amamentar, mas sempre coberto por um wonderbra.
Acho que vou conservar o meu cérebro até ser altura certa de o usar (?)… Barmen! Barmen! Sirva-me uma moskovskaya!
Porra! Eu sou o meu próprio barmen. Melhor! Assim tenho á minha disposição todo o alcoól que necessito para o meu fim (literalmente).
Mas não vou desistir. Pelo menos até ao momento que a dona Ciência e os seus proxenetas não me expulsarem do prostíbulo.
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