Lady Pavlov
Um casal como tantos outros. Unidos pelo amor, pelo sexo e por várias razões de ordem prática que nos unem de forma puramente aleatória. E como nada se cria, nada se perde, mas tudo se move lá teve ele de partir para outro local, afastado fisicamente dela.
Um parêntese: () costumo opinar entre amigos que a maioria de nós homens somos básicos. Isto claro origina um coro de protestos do lado XX e XY. Não explicarei aqui o meu ponto de vista, mas acrescento que básico não é o mesmo que estúpido. Acrescento ainda que fico admirado pela forma como simples alteração da forma (ex: escrever Homem ao invés de homem) poderá fazer tanta diferença.
Continuando com a estória.
Quando foi embora ele deixou um ultimo pedido. Queria que ela continuasse a ter prazer sexual… com ele. Bem, pelo menos com ele no pensamento. Fazendo uso das novas tecnologias, e de alguma criatividade, sugeriu-lhe que de cada vez que ele se lembrasse dela, lhe “dava um toque” com o telemóvel. Ela por sua vez, teria de se masturbar imediatamente a pensar nele.
A sugestão foi prontamente aceite por ela.
Durante várias semanas e com frequência ele lembrava-se dela. Nestes momentos ela cumpria a sua parte do acordo e com a ânsia de quem necessita de carinho do companheiro, acariciava-se até o momento de êxtase final. Estes momentos de prazer revelarem-se tão ou mais intensos do que aqueles passado com o companheiro.
Enfim, as formas que encontramos para fazer perdurar as boas (poucas) sensações que a natura nos deu.
Um dia, numa festa tocou um telemóvel (imaginem só!!!). Ao princípio foi um toque subtil, mas que fez estremece-la, e um arrepio palmilhou as suas belas costas. Depois, como uma criança sedenta de atenção, o toque subiu de tom, num crescendo sinfónico, e com ele subiu também a pulsação dela… a cara ruborizou… a pulsação aumentou ainda mais… instintivamente colou as mãos ao colo acariciando-se languidamente… sentiu o latejar do corpo sedento de algo mais…
Passados alguns segundos, disfarçados pelo ruído da música, ouviram-se alguns gemidos vindos de um sofá, onde estava apenas uma rapariga com os olhos semicerrados – possivelmente a dormir, pensaram.
Nessa mesma noite, quando chegou a casa, telefonou-lhe para contar o que se tinha passado. Nessa mesma noite o casal deixou de existir (pelo menos segundo a definição social). Ele não aguentou o choque de saber que o toque de outros podia dar prazer à sua, agora ex-, companheira.
fotografia da autoria de Elyn
Monday, August 01, 2005
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